quarta-feira, 19 de maio de 2010

Escolhendo sua câmera fotográfica - Parte III

O que se devemos considerar ao comprar uma câmera digital?
Essa é a pergunta que todos deveriam se fazer antes de sair investindo seu suado dinheirinho. Existem algumas características nas câmeras que podem ou não ser importantes para você, mas saber distinguir aquilo que realmente faz a diferença é o que interessa ao fazer uma compra definitivamente acertada. Portanto, vamos a elas.

MEGAPIXEL (MP)
Designa um valor equivalente a um milhão de pixels. É utilizado nas câmeras digitais para determinar o grau de resolução, ou definição de uma imagem. Uma resolução de 1,3 Megapixels significa que existem aproximadamente 1.300.000 pixels na imagem, o que corresponde a nada além da multiplicação da largura pela altura da imagem, ou seja, uma imagem de 1280 pixels de largura por 1024 pixels terá exatamente 1.310.720 pixels (1,3MP) – Wikipédia.
Para efeitos práticos, a resolução da imagem diz respeito apenas ao tamanho final do arquivo. Sua câmera não será absurdamente fantástica em termos de qualidade de imagem só porque ela possui 10 MP ou mais. Quanto mais MP, maior você conseguirá fazer uma ampliação (maior será sua cópia em papel). Se você não tem pretensões de fazer impressões enormes, não precisa se preocupar tanto com isso.
Durante muito tempo conseguiram colocar na cabeça das pessoas que quanto mais megapixels a câmera tivesse, mais qualidade ela teria. Agora que você já sabe que isso só diz respeito ao tamanho de impressão, sabe que a coisa não é bem assim, não é mesmo?
Não que seja descartável possuir uma câmera com boa resolução final. Pelo contrário, afinal você nunca saberá quando irá necessitar de uma grande ampliação. Mas pelo menos você sabe que em termos de qualidade fotográfica, isso não tem nada a ver.
Inclusive vale ressaltar que as câmeras avançadas e profissionais, mesmo com resoluções menores, conseguem muitas vezes ampliações com muita qualidade através da interpolação de pixels. Uma Nikon D50 com apenas 6MP, consegue resultados finais de impressão superiores a muitas compactas de 10 ou 12MP, pois a qualidade da imagem gravada permite esse “overpixel”. Seja por conta de tecnologia de imagem (sensor, software e formato de gravação), além da lente utilizada. Segue aqui um artigo bem interessante sobre este assunto: parte 1 e parte 2.


ZOOM
As câmeras digitais que não permitem troca de lentes costumam trazer alguma forma de zoom, que nada mais é do que um recurso para aproximação do assunto retratado. Quanto maior o zoom, mais próximo do assunto estará o enquadramento realizado.
Aqui temos que ressaltar uma das grandes pegadinhas, pois existem dois tipos de zoom presentes nestas câmeras: ótico e digital.

Zoom Ótico - é o verdadeiramente importante, pois é o que realiza de forma efetiva a aproximação do objeto. É o chamado “zoom verdadeiro”. O mecanismo físico da lente se desloca fazendo a aproximação real do assunto, como ocorre quando usamos um binóculo ou luneta para vermos algo distante. Teoricamente ao usarmos o zoom ótico, a qualidade da imagem se mantém a mesma independente da resolução da câmera (teoricamente porque a qualidade do conjunto ótico da lente determina o quanto de qualidade a imagem manterá). Resumindo: é este o zoom que deve ser levado em consideração.

Zoom Digital - não agrega qualidade alguma de aproximação (aumento). Ele não existe de forma física. O software da câmera utiliza o processamento a partir da imagem gerada para conseguir uma ampliação. É como se você usasse um programa de edição de imagem para recortar a foto e voltasse a ampliá-la para o seu tamanho nativo. Ele não faz nada além de pegar uma porção de imagem e através de um aumento de pixels, expandi-la para o tamanho total do arquivo, o que resulta em perda de qualidade. Portanto, ao analisar uma câmera que tenha apenas esse sistema de zoom, pode descartá-la da sua escolha. É tiro certeiro no pé. Recomendo inclusive que se este recurso estiver ativado na sua câmera, deverá ser desativado. Se precisar fazer um recorte posteriormente, melhor que se faça por conta própria em algum software de edição.

Calculo de Zoom - Nas câmeras avançadas que permitem a troca de lentes (dSLR e superiores), as lentes são um capítulo a parte em relação as que não permitem troca de lentes. As lentes zoom são oferecidas em uma grande gama, levando em consideração a sua qualidade técnica de construção, bem como a variação de distância focal em milímetros. Nas compactas e avançadas sem troca de lente, o zoom é determinado em determinadas vezes (X) e esse cálculo é feito dividindo a maior distância focal pela menor (valores descritos na lente).
Exemplo: Em uma lente básica, do tipo 18-55mm ficaria o seguinte: 55/18 = 3,055
Ou seja, essa lente possui uma relação de 3x (vezes) de zoom.
A lente que equipa a Fujifilm S9100, é uma 28-300mm. Fazendo o cálculo (300/28 = 10,714), chegamos ao valor de 10x de zoom.
Essa relação é aplicada a todas as câmeras, mas é menos propagado e mais irrelevante nas dSLRs, por não haver uma preocupação com as “vezes de zoom”, já que todas as lentes, excetuando as fixas (28mm, 50mm, etc), é bastante variável. Como vimos, uma lente 18-55mm tem a mesma relação de zoom (3x) que uma 50-150mm e a aplicação de ambas é completamente diferente.


SENSOR
O sensor é o coração da câmera digital. Ele é o responsável por absorver a imagem que você captura no momento do click.
É fácil compreender a sua importância. Na fotografia analógica, era necessária a utilização de filme (película) para registro das imagens, que posteriormente necessitava passar pelo processo de revelação e ampliação das cópias.
Na câmera digital, o sensor é como se fosse essa película. As imagens são registradas nele, que posteriormente envia a foto para o processador da câmera e depois armazena no cartão de memória. Depois disso a sua câmera está pronta para realizar novas fotos e assim por diante, sem precisar fazer qualquer outro processo para a obtenção da imagem final (em formato digital, é claro).
Existe muita tecnologia empregada na construção destes sensores. Que podem ser do tipo CCD (Charge Coupled Device) ou CMOS (Complementary Metal-Oxide Semi-conductor).

  • O CCD foi durante muito tempo o mais utilizado nas melhores câmeras digitais do mercado. É um sensor fantástico na obtenção de cores, além de possuir uma nitidez incrivelmente boa para as imagens. Infelizmente sempre foi um sensor caro de ser construído, contribuindo bastante para os altos preços praticados na venda das câmeras, além de gastar bem mais bateria que os sensores CMOS. Atualmente estão entrando em desuso nas câmeras profissionais, sobretudo por conta da sua deficiência em situações de poucas luzes e que necessitam de sensibilidade ISO bastante elevada. Geram ruídos mais facilmente, mesmo mantendo ótima nitidez e cores. Ainda são bastante usados em câmeras compactas, trazendo resultados excelentes.
  • Os sensores CMOS foram durante muito tempo de baixa qualidade. As piores câmeras o usavam, sobretudo por sua produção barata e de baixa tecnologia. Mas os grandes fabricantes de câmeras profissionais abriram o olho para a capacidade destes sensores e começaram a investir pesados em sua arquitetura. Principalmente por ser ótimo no consumo de bateria e aceitar bem o aumento de pixels em sua estrutura. Os investimentos foram altos e hoje é padrão de qualidade quando se necessita de fotografias que necessitem alta sensibilidade ISO (pouca luminosidade), gerando pouquíssimo ruído. Infelizmente as câmeras compactas ainda sofrem com a baixa qualidade dos sensores CMOS, sendo preferíveis ainda os CCDs.

  • O mais importante a se levar em consideração é o tamanho do sensor. Quanto maior ele for, melhor vai ser a qualidade da imagem, pois isso acontece por causa do tamanho do pixel. Quanto maior a área do sensor, mais pixels poderão estar presentes, gerando mais fidelidade de cores, nitidez e absorção das corretas luzes. O píxel é a unidade básica de captação de luz no sensor. Quanto maior for seu tamanho físico melhor será a qualidade da imagem, por isso é sempre importante ficar de olho no tamanho do sensor que equipa a câmera que você pretende comprar e escolher aquela que tenha um ótimo tamanho.

    Para se ter idéia dos tamanhos, as câmeras full frame são as que possuem o maior sensor no mercado. Isso quer dizer que o sensor destas câmeras é exatamente do tamanho de um fotograma de película, ou seja, possui a medida de 36 x 24 mm (padrão 35mm).
    A partir daí temos muitas outras profissionais e compactas que começam a ter sensores de tamanhos reduzidos, os chamados APS presentes nas dSLRs mais comuns, que possuem fator de corte (veja esta reportagem sobre o assunto). Abaixo disso temos sensores ainda menores nas câmeras avançadas e mais diminutos ainda nas corriqueiras compactas.
    O esquema é mais ou menos este:


    Para se entender melhor, veja o tamanho do sensor de algumas câmeras:

    É importante analisarmos o tamanho do sensor, porque é justamente isso que prova que os megapixels não são fatores determinantes de qualidade.
    Por exemplo, uma fotografia feita em uma câmera compacta de 6MP jamais consegue a mesma qualidade de uma DSLR que também tenha 6MP. É exatamente o sensor diminuto das compactas, aliado é claro ao sistema de lentes de baixa qualidade que mostram essa grande diferença na qualidade final. Por isso é importante ficar de olho no “coração” que equipa a sua futura câmera.


    SENSIBILIDADE (ISO)
    Logo após de falar dos sensores da câmera, impossível não entrar no assunto ISO, justamente por estar diretamente ligado a forma como o sensor capta a imagem.
    A norma ISO trata-se da medida da sensibilidade de superfícies sensíveis à luz (filme fotográfico ou sensor de imagem). É também conhecido como velocidade ISO ou, em inglês, ISO speed.
    O índice de exposição ou de sensibilidade do filme segue uma escala do padrão ISO que agrupa as escalas ASA (americana) e DIN (alemã).
    Antigamente conhecíamos a sensibilidade da película (filme fotográfico) através de sua ASA. Quanto maior fosse a ASA do filme, mais sensível a luz ele era. Para fotografar a noite, sem auxílio do flash, buscávamos sempre filmes com sensibilidade alta, como um ASA 800 ou ASA 1600.
    Como visto anteriormente, o sensor das câmeras são como se fossem essas películas e naturalmente por ser digital, ele traz essa sensibilidade embutida, com a vantagem de você poder alterar esses valores para cada fotografia realizada. É como se saíssemos para fotografar com muitas câmeras, cada qual usando um filme com ASA (ou ISO) diferente. Só que você necessita apenas da sua câmera e nem uma outra a parte para este propósito.
    Porque a sensibilidade ISO é tão ligada à qualidade do sensor?
    Muito simples... Se o sensor não tiver uma boa área (tamanho) ou se for de baixa qualidade, ao aumentarmos o valor de ISO, começaremos a ver uma “pipocação” de ruídos, que são considerados anomalias na interpretação da luz pelo sensor. Isso ocorre devido a a amplitude do sinal eletrônico na captação da imagem. O ruído ainda sofre interferência do circuito A/D-converter que converte os sinais provenientes do sensor de imagem para o formato JPEG (o padrão mais usado para gravação das imagens). Ainda assim, é válido dizer que quanto maior o ruído maior a sensibilidade.
    Essa situação já ocorria com as películas. Filmes ASA 400 ou superiores eram bastante suscetíveis aos ruídos (ou grãos mais aparentes, como gostam os saudosistas).
    O que difere é que a granulação da película era muito mais interessante do que os resultados obtidos atualmente com os ruídos. Era realmente mais bonito e apesar de ficar charmoso em algumas imagens, o ruído não deixa de ser uma má interpretação de luz, gerando perda de nitidez e cores nas imagens. Sobretudo quando bastante elevado.
    Os sensores CMOS das câmeras avançadas tem se mostrado muito bons na operação de ISOs elevados. Tanto que tem se perpetuado como melhores sensores nesta categoria.
    É importante levar em consideração a operação da sua futura câmera em relação a sensibilidades mais elevadas.
    Primeiramente deve-se levar em consideração se podemos alterar esses valores e depois ver em testes na internet (sites de reviews, sites de imagens e outros como citados na primeira parte deste artigo), sobre como essa câmera se porta com o aumento desta sensibilidade. Até o ISO 200 as boas câmeras devem se portar bem e acima do 400 começam exponencialmente a apresentar as tais anomalias.
    Quanto mais alto for o ISO usado sem apresentar ruídos muito aparentes, melhor será.


    LENTES
    A lente que equipa a sua futura câmera é outra variável que faz toda a diferença na qualidade final da imagem entregue por ela. Por isso, não menos importante é conhecer o sistema ótico da câmera.
    Nas lentes temos muitas informações a levar em consideração.
    As duas primeiras e mais interessantes se baseiam nos comprimentos focais e aberturas. Lentes que comecem faixa focal em 28mm (baseada no sistema 35mm) são muito bem vindas, pois lhe entregará uma ótima grande angular para operar em lugares mais apertados. Caberá certamente muito mais assunto no seu enquadramento em relação à outra que comece em 35mm. Até porque a maioria delas possuirá uma faixa de zoom que lhe permitirá chegar ao assunto quando necessário, sem ao menos ter que abrir mão de uma ótima angular. Claro que estou me referindo a uma distância angular básica. Existem lentes ultra angulares de 8mm, 10, 15mm que são muito mais amplas em seus enquadramentos. Inclusive vamos falar em postagem futura sobre o fator de corte dos sensores relacionado às distâncias focais da lente. Por enquanto vamos pincelando a ideia.

    A abertura do diafragma da lente é outro ponto crucial... Ela determina o quanto de luz a sua câmera consegue receber para registrar a cena e quanto maior essa abertura, mais clara a lente será. Infelizmente, quanto mais clara a lente é, mais cara ela costuma ser.
    A representação desta abertura é determinada pela letra “F” e pode ser visto impresso na própria lente. Quanto menor for o número “F”, mais clara a lente será. Ou seja, uma lente com abertura máxima em f2.8 é muito mais luminosa que uma f4:

    Esse é um assunto que abordarei futuramente, trazendo mais detalhes e informações. Por enquanto, quem quiser ir se aprofundando, recomendo a leitura no blog do Tom Jorge.
    DSLR - Se você está optando por comprar dSLR, terá sempre que pesquisar quais as melhores lentes a serem usadas. E quando digo “melhor lente” não diz respeito apenas a sua qualidade, mas sim ao seu custo x benefício, já que esse pode ser um investimento dos mais pesados no seu equipamento.
    Lentes claras, que lhe traga grandes aberturas são as melhores e mais caras, porque permitem uma maior passagem de luz, garantindo velocidades de operação muito maiores. São um investimento duradouro, pois como disse na segunda parte desta série de artigos, as lentes são eternas se você cuidar bem delas. E são muito caras, dependendo do seu grau de exigência. Essas mais claras, com tecnologias mais novas de estabilização de imagem estão sempre no topo da pirâmide dos preços. Mas mesmo abaixo tem coisa muito boa sendo vendida por preços mais atraentes. Principalmente se você optar por usar lentes de óticas de terceiros (aqueles fabricantes que fazem objetivas para o sistema da sua câmera, como a Sigma, Tamron, Tokina, entre outros).
    Em termos de equipamento, a qualidade fotográfica depende de muitos fatores. As lentes usadas, aliado ao tipo de sensor da sua câmera são os que falam mais alto. Não adianta nada comprar uma belíssima Canon 5D MarkII e colocar para trabalhar com ela uma simples lente 18-55mm (a famosa lente de kit básico). Essa lente não consegue entregar todo o potencial que a sua fantástica câmera pode proporcionar.
    Por isso a regra é mais ou menos a seguinte: corpo fantástico depende de lentes fantásticas (sim, isso quer dizer investimento elevado). Se você está começando com uma dSLR básica, a lente do kit vai certamente lhe atender num primeiro momento. Com o tempo você investe em lentes melhores e somente depois passa a pensar em um novo corpo.
    É sempre melhor ter lentes ótimas, nítidas e velozes (claras) para somente depois pensar nos recursos mais interessantes que um corpo de câmera mais atualizado pode proporcionar.
    Em minha opinião este é o investimento mais acertado.

    Avançadas e Compactas – mesmo nestas câmeras de lentes fixas, você deve gastar um tempo analisando o sistema ótico. A começar pelas marcas que já possuem uma tradição na construção de lentes, que mostram ser uma ótima pedida. A Panasonic por exemplo, utiliza lentes Leica em suas câmeras e como sabemos a Leica é um referencial em sistema óticos.
    A Sony sempre usou sistema ótico Cal Zeiss, além da tecnologia vinda do padrão Minolta. São marcas robustas e que sempre estiveram no topo em termos de qualidade.
    A Canon, Nikon e Pentax sempre possuíram sistemas óticos próprios. E muito bons por sinal. A Fujifilm, com suas belas Fujinon’s sempre se mostraram muito bem e até mesmo a Kodak, que se utiliza do sistema alemão Schneider-Kreuznach. São todos muito bons.
    Aliado aos fabricantes destes sistemas óticos vem às distâncias focais e as aberturas, conforme mencionado acima. Escolha as mais claras e que iniciem pelo menos em 28mm no padrão 35mm. Um belo exemplo era a Fujifilm S9100 que vinha com lentes Fujinon 28-300mm F2.8-F4.9. Isso quer dizer que a grande angular dela se posiciona em 28mm e em teleobjetiva chega a 300mm. Os números F querem dizer que na grande angular de 28mnm a abertura mínima fica em f2.8 (o mais claro da lente) e em 300mm em f4.9 (a segunda posição mais clara enquanto se está no modo teleobjetiva).


    ESTABILIZADOR DE IMAGEM
    Sistema de estabilização das lentes Canon (IS system)

    Uma das tecnologias mais utilizadas na fotografia digital é o sistema de estabilização de imagem.
    Esse mecanismo pode ser usado de várias formas, como por exemplo, inserido nas próprias lentes, como faz a Nikon e a Canon ou ainda presente no sensor da câmera, como fez a Sony e a Pentax em suas câmeras.
    A escolha do melhor sistema é tema para longos debates e conversas e ao final ninguém chega a um resultado satisfatório. Há quem diga que o estabilizador presente na lente é melhor por ser construído sob medida para aquele determinado conjunto. Outros falam que o estabilizador presente no corpo é mais interessante porque funciona do mesmo jeito e o investimento é feito de uma vez só, já que as lentes com esse mecanismo tendem a ser mais caras.
    O estabilizador existe para permitir que você fotografe com velocidades bem mais baixas, garantindo que a foto saia nítida, sem aqueles borrões de tremidos por conta do click. (é importante lembrar que em velocidades baixas os objetos que se moverem na hora do disparo sairão borrados).

    Não é apenas as dSLRs que fazem uso deste ótimo mecanismo. Mas todas as categorias de câmeras fotográficas, incluindo as compactas. Há apenas que se levar em consideração que o sistema de estabilização via software das mesmas é o que não se deve levar em consideração, pois muitas delas simplesmente aumentam a sensibilidade ISO para conseguir uma velocidade de disparo maior em situações de baixa luminosidade. Ou seja, nada que você mesmo não pudesse fazer. Nem sempre queremos usar um ISO elevado em detrimento a velocidades mais altas e é para isso que foi criado o sistema de estabilização.
    Cada fabricante dá um nome ao seu sistema de estabilizador. A Nikon usa VR (Vibration Reduction). A Canon usa IS (Image Stabilization). Em ótica de terceiros, a Sigma usa OS (Optical Stabilizer) e a Tamron VC (Vibration Compensation).
    Segundo o fotógrafo Pedro Puma, “não é possível definir uma velocidade mínima de uma lente com estabilizador. Essa velocidade mínima varia em função da mão do fotógrafo, e em função da distância focal. Em ângulos abertos, 18mm por exemplo, é possível utilizar velocidades mais baixas do que em ângulos mais fechados, como 200mm por exemplo. Usando estabilizador uma foto em 1/5 em 18mm pode sair perfeita, mas em 200mm 1/5 pode ser pouco, pode ser necessário utilizar velocidade um pouco mais rápida”.
    O importante é salientar que o sistema existe e é bastante interessante. Escolher lentes, corpos ou câmeras completas que tragam essa tecnologia é bastante acertado. Fique apenas ligado em qual é o sistema de estabilização utilizado e se ele é presente de forma física. Tempos atrás fiz uma postagem mostrando um vídeo de como atua o sistema IS da Canon. Vale conferir.


    FUNÇÕES
    Outra informação super importante de se levar em consideração são os recursos que a sua câmera trará. As câmeras avançadas, bem como as dSLRs trazem todos os modos de operação automatizados e manuais, como os de prioridade além de outros predeterminados para cada tipo de situação. Cabe ao fotógrafo alterar esses padrões para aquilo que lhe interessa no momento:
    • Program AUTO (modo automático total) Sigla AUTO – A câmera faz tudo sozinho. Você apenas foca e aperta do disparador para fazer a foto.
    • Program Mode (modo de prioridade programa) Sigla P – A câmera permite que você altere a sensibilidade ISO, compensação de exposição, luz, entre outros, mas ela calcula sozinha a velocidade e abertura a serem usados. É um padrão automático mais personalizável.
    • Aperture Mode (modo prioridade de abertura) Sigla A – Você altera apenas a abertura do diafragma e a câmera calcula automaticamente a velocidade de disparo. Permite alterar outros parâmetros, como no modo P.
    • Shutter Mode (modo prioridade de velocidade) Sigla S – Você configura a velocidade do disparador e a câmera calcula automaticamente a abertura a ser utilizada. Permite alterar outros parâmetros, como no modo P.
    • Manual Mode (modo manual) Sigla M – Você controla absolutamente tudo. Desde a velocidade, abertura, bem como os padrões de sensiblidade, luz, bracketing de exposição, etc. Para calcular a luz, você utiliza o fotômetro da câmera, que lhe indica através de uma barra, se está entrando luz de mais ou de menos para garantir a correta exposição (assunto que abordaremos futuramente).

    Em conjunto com essas funções presentes em todas as dSLRs, avançadas e algumas compactas, quase todas as câmeras trazem os famosos “presets”, que nada mais são que ajustes predeterminados para uma ou outra situação. Como modo retrato, esporte, macro (para fotografias com assuntos aproximados), paisagem, pôr do sol, retrato noturno, entre outros. São ajustes que você poderia fazer manualmente (se a câmera permitir) mas que já vem mastigadinho para você usar. Vai do gosto do freguês.
    Nas compactas básicas esses “presets” são a única forma de ajuste para tais situações, já que elas não permitem acesso a funções mais complexas.
    Algumas delas trazem até “perfumarias” interessantes como fotografia 3x4, vídeo youtube (tamanho pronto para ser enviado para eles), etc.


    MEDIÇÃO DE LUZ
    Na hora de capturar uma imagem, a forma como as câmeras fazem a medição da luz irão determinar sobremaneira a melhor forma de exposição da foto.
    Cada fabricante dá nome e formas para essas medições, que são feitas através do fotômetro incorporado na câmera. As mais conhecidas formas de medir a luz são:
    • Matricial – Funciona através da segmentação da área da imagem. A leitura é feita em cada segmento separadamente, e depois o padrão é comparado com uma biblioteca de situações conhecidas. Dados como ponto de foco, tamanho do sujeito, posição, distancia, nível de luz, luz frontal, luz de fundo, cores, etc. São levados em conta no ajuste da exposição. O funcionamento deste sistema pode variar de acordo com a câmera, mas todos seguem basicamente o mesmo conceito.
    • Ponderado central – É feita uma media de toda a imagem porém é dada ênfase à parte central (tipicamente entre 60% e 75%). Tipo mais comum de padrão de medição, encontrado na grande maioria das SLR manuais, e sempre presente nas modernas SLR, analógicas ou digitais.
    • Parcial – Limita a medição à uma área geralmente central ao VF. A medição parcial cobre geralmente 9,5% da imagem, e todo o resto é desprezado pelo fotômetro. Com o auxílio de uma tele, a medição parcial pode se tornar extremamente precisa, eliminando a necessidade de se ter a opção de medição spot.
    • Spot – Limita a medição à uma pequena área geralmente central ao VF. A medição spot cobre de 1% a 3,5% da área da imagem, e todo o resto é desprezado pelo fotômetro. Com o auxílio de uma tele, a medição spot fica ainda mais precisa, permitindo a leitura de áreas ainda mais detalhadas.

    FLASH
    Amado por uns, odiado por outros...
    De qualquer forma é impossível deixar de se preocupar com a atuação desta, que é a mais utilizada fonte de luz externa em fotografias.
    Praticamente todas as câmeras trazem flashes embutidos. Excetuando-se as altamente profissionais, como a Nikon D2, D3 e as Canons 1D e 5D entre outras top, que utilizam apenas unidades externas acopladas em suas sapatas.

    As demais dSLRs trazem flashes embutidos e ainda sapata para utilização de unidades externas que podem ser manuais, fotocélula ou o padrão bastante conhecido nos dias de hoje, denominado TTL – Through The Lens (através da lente). Isso mesmo, ele funciona em conjunto com a objetiva. O Flash TTL possui um sensor que consegue captar informações da lente através da reflexão de luz no assunto em questão, emitindo a luz necessária para iluminá-lo.
    As câmeras avançadas também têm trazido sapata para utilização de flashes TTL. O que é muito bom por contrariar o que acontecia até então, com somente as dSLRs fazendo uso desta tecnologia. Unidades externas são ótimas porque você consegue controlar a forma como a luz será projetada. Ao contrário dos flashes embutidos, que são sempre disparados em cima do assunto, deixando halos de luz e sombras bastante característicos. Se a sua câmera trouxer sapata para flashes externos, tenha certeza que será uma ótima escolha.
    Fora essas unidades, é importante analisar os modos de flashes que essas câmeras trazem, como formas de preenchimento, redução de olhos vermelhos, disparo no início ou final da captura (primeira ou segunda cortina), controle da intensidade do flash, entre outros.


    VISOR
    É através dele que se vê aquilo que se quer fotografar e na fotografia digital, as telas LCD foram uma das mais interessantes implementações, porque você consegue ver com todas as cores, brilhos e contrastes o resultado da captura que acabou de fazer.
    Nas dSLRs utiliza-se desde então o visor ótico através de um sistema de espelhos que vai projetando a imagem até chegar ao viewfinder. Vemos exatamente o que será retratado através de suas reflexões. Inclusive é por isso que se chama “Single Lens Reflex” SLR este sistema, que funciona exatamente desta forma: para a visualização de um objeto, o espelho reflete a luz que vem através da objetiva para cima em um ângulo 90 graus. É então refletida duas vezes no pentaprisma ou pentamirror, retificando-a para o olho do fotógrafo:

    Quando apertamos o disparador, o espelho é bloqueado para nossa visualização e o filme ou sensor faz a captura da imagem enquadrada.

    Atualmente as dSLRs tem recebido um sistema denominado “live view”, onde a imagem captada fica em contato direto com o sensor, sem passar pelo sistema de reflexão dos espelhos.
    Essa tecnologia foi emprestada das câmeras compactas e avançadas que até então utilizavam o sistema de eletronic viewfinder (EVF) para visualização das imagens no visor de cristal líquido (LCD). Justamente por não utilizarem o sistema reflex. É impossível negar que esse sistema é uma “mão na roda”, sobretudo para fotografias em longa exposição em lugares escuros ou escuros (câmera em tripé). É muito mais cômodo “assistir” a cena enquadrada pelo visor LCD do que ter que abaixar e ver pelo viewfinder. Sem falar de quando necessitamos de um ângulo demasiadamente alto ou baixo. Fica fácil enquadrar a cena olhando na tela.

    Essa tecnologia tem permitido que as câmeras fotográficas façam filmagens, utilizando seus ótimos conjuntos óticos. A Canon EOS 5D MarkII é um exemplo incrível. Até mesmo produções altamente profissionais têm sido feitas com ela.
    De qualquer forma essa tecnologia não lhe redime de buscar se informar sobre a qualidade das imagens mostradas no visor. Seja para antes de ver a imagem pronta ou depois. Quanto mais pontos de luz tivermos no LCD, mais qualidade terá a imagem apresentada e mais fácil será detectarmos qualquer problema de luminosidade captada em cena. Até porque a utilização das telas LCD no sistema digital foi um divisor de águas para a fotografia, visto que é muito cômodo ver a imagem prontinha, ao contrario de quando necessitávamos de revelação do filme e obtenção de provas, gabaritos ou ampliações para visualizar o resultado final.
    Essa qualidade do LCD é medida em milhares de cores e a diferença pode ser absurdamente alta. A profissionalíssima Nikon D3, traz em seu belo LCD de 3 polegadas nada menos que 922,000 pontos de cores. Em contrapartida a compacta Nikon Coolpix L5, com visor de 2,5 polegadas traz apenas 115,000. Quanto mais pontos, melhor será visualizar a imagem final.
    Vale ressaltar que quanto maior a tela, mais agradável será visualizar a foto. Os visores de 3” (polegadas) tem sido uma ótima pedida atualmente.


    É isso... Essas são as informações básicas que você deve conhecer ao escolher a sua futura câmera fotográfica.
    Vale muito a pena pesquisar e correr atrás destas informações, pois assim você saberá como fazer melhor uso do seu dinheiro ao escolher uma câmera de forma consciente, para que depois não venha a lamentar o investimento feito de forma errada.
    Qualquer dúvida, crítica ou sugestão é bem vinda.
    Basta utilizar o campo de comentário abaixo para deixar a sua mensagem.

    As postagens técnicas continuarão.
    Continue ligado. =)

    Até a próxima.

    Gostou? Não gostou? Deixe um comentário.

    8 Comentários:

    Luciano Shimomoto disse...

    ótimo material.....digno de um curso completo de fotografia........parabéns rodrigo

    Sansão Mendes disse...

    Parabéns pelo ótimo artigo. Irei recomendar para vários amigos que sempre me procuram com a dúvida de qual comera comprar. Abraços.

    Anônimo disse...

    Esqueceu do mais importante. Canon Rules!!!!!
    hehehehe

    Ótimo material! Parabéns!

    Tiago Degaspari disse...

    Rostev...
    Melhor impossível!
    Parabéns...
    ;)

    Adalberto Fossá Pinto disse...

    ADALBERTO FOSSÁ PINTO disse

    simplesmente maravilhoso e em portugues obrigado pela explicações isto é conhecimento e não troca de beleza abraços e continua assim tens um difulgador da tua página.

    mcbronca@yahoo.com.br disse...

    Espetáculo de abordagem geral. "Vc é o cara". Meus parabéns. E, diante de tudo que vc comentou, se algo foi esquecido, pode ter certeza que não fez a menor falta! Abração.

    Unknown disse...

    parabens,tudo que eu queria saber.Obrigada

    ZeL disse...

    Bom dia Rodrigo e leitores do blog.
    Há muitos anos atras 'herdei' do meu pai um bass reflex minolta manual com a qual iniciei minhas aventuras com a fotografia. Captei o dia a dia em varias situações. Era um grande prazer esperar e ver os resultados das impressões. Em uma viagem, infelizmente, tive esta joia roubada e isto me desistimulou muito... Lá se foram 20 anos. Recentemente fiz um passeio ao Pantanal MT e, parece que 'deu um clique' novamente. Usei um x5 da GE e percebi, então, que preciso investir em um equipamento melhor, uma vez que, pretendo voltar lá em julho do ano que vem. Assim preciso aprender desde a escolha desse novo equipamento (para não desperdiçar recursos) e reaprender as técnicas da fotografia.
    Por fim, então, comecei a pesquisar sites sobre 'fundamentos da fotografia' e me deparei com voce.
    Parabens pelo didatismo e sequencia dos artigos.
    Forte abraço.

    PS: voce poderia fornecer alguma dica sobre eqp para uso na natureza?

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