Seria Photoshop demais???
Questões éticas cercam todas as profissões exercidas no mundo.
Em algumas delas, a ética é muito mais cobrada, como por exemplo na medicina, advocacia e não menos diferente no fotojornalismo (um dos braços complementares do jornalismo).
O National Press Photographers Association trouxe notícia de que o fotojornalista Klavs Bo Christensen foi eliminado do concurso Fotógrafo do Ano, realizado anualmente na Dinamarca por ter abusado das edições na imagem participante.
Os juízes resolveram desclassificá-lo quando compararam a imagem apresentada no concurso com o arquivo RAW original.
Para eles, a fotografia feita por ele no Haiti possui alterações expressivamente excessivas em "pós máquina" (entenda Photoshop ou programas similares de edição de imagem).
As discussões foram acaloradas por aquelas bandas, gerando uma grande polêmica. Ao final os juízes resolveram desqualificar o fotógrafo por entenderem que a "forçada edição" alterou substancialmente o impacto que a imagem gera ao espectador. "As cores chegam a parecer que foram pintadas com spray em um quadro" disse o juiz Peter Dejong.
Christensen discordou da decisão. "Na minha opinião, um arquivo RAW não tem nada a ver com a realidade e eu acho que não se pode julgar as imagens finais baseadas em sua utilização em Photoshop, tomando por base o próprio RAW." disse a Jens Tønnesen, que levantou a questão sobre o assunto em seu site.
No site Presse Fotograf Forundet, Tønnesen mostra outras imagens de Christensen que passaram por fortes edições.
E você??? O que pensa sobre o assunto?
Alterar via software uma imagem altera o seu significado? Sim ou não?
Mas as imagens captadas em RAW não são feitas para receberem edições?
O tema é polêmico e gera muitas discussões interessantes.
Sintam-se a vontade para discorrer suas opiniões...Gostou? Não gostou? Deixe um comentário.
5 Comentários:
Salve !!!!
Caro Rostev.... navegando aqui no seu site eu vi esse post e digo que tem algo interessante sendo discutido lá no GRUPO FRIENDS, na página do FLICKR, dá uma passada lá.
Um abraço !!!!
Na minha opinião o pós-processamento também é arte e exige uma boa dose de bom senso pra usar, não é qualquer idiota que consegue bons resultados. Dessa forma eu discordo completamente dessa visão misoneísta dos jurados.
Concordo com o Fabio. Não houve alteração no conteúdo, na composição, da fotografia. Aqui temos apenas um péssimo e de mal-gosto pós-processamento. O argumento do fotógrafo é válido e a decisão dos jurados é injusta. Não se pode usar como parâmetro de comparação um arquivo RAW.
A fotografia é inverossímil por natureza. Usando a lógica dos jurados, qualquer fotografia em preto-e-branco (especialmente aquelas convertidas de fotografias coloridas) deveria ser desclassificada, visto que o ser humano não enxerga, naturalmente, em preto-e-branco, e isso não existe na natureza. No fundo, o P&B não passa de mais um efeito que modifica as cores e tonalidades de uma cena. Modificação da realidade muito maior do que a utilizada pelo fotógrafo em questão.
Terminei de ler o artigo e estava babando para concordar com os jurados em questão, mas ao ler o comentário anônimo acima mudei de opinião imediatamente.
Talvez situações como essa pudessem ser contornadas criando-se uma categoria "really raw"...
De "puxar" na revelação à mais psicodélica manipulação digital, o que se está fazendo é alterar a imagem captada. Levando-se a extremos, até o uso de filtros.
Mas quem vai definir onde termina o registro do fato objetivamente e onde começa a percepção artística?
Oi Rodrigo
concordo com o que o "anônimo " escreveu
acho que o fotógrafo errou na mão e a manipulação ficou muito carregada...mas qual a foto que não foi manipulada? Atire o primeiro filme quem nunca passou a mão em movimentos circulares para causar um gaussian blur na revelação...????
abs meu jovem
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